Mais uma etapa foi finalizada no cronograma previsto para o projeto hidroambiental “Valorização dos cursos d’água em áreas rurais da bacia hidrográfica do Ribeirão da Mata”. Ao todo, o projeto prevê a entrega de 6 produtos. O produto entregue em outubro de 2012 foi o penúltimo, que contém um “Diagnóstico das nascentes” da região.
O Projeto hidroambiental em questão tem o objetivo de mobilizar e conscientizar comunidades inseridas em 10 microbacias da bacia hidrográfica do Ribeirão da Mata para a importância da conservação dos cursos d’água, a partir da participação em ações de recuperação, proteção de áreas de preservação permanente e tratamento de efluentes domésticos. O projeto foi definido pelo Comitê da Bacia do Rio das Velhas e preparado pela Agência Peixe Vivo para contratação com recursos da cobrança pelo uso da água. Um processo licitatório foi realizado no final de 2011 e a empresa vencedora foi a Rio das Velhas Consultoria Ambiental, que vem executando o projeto desde a contratação. Conheça mais detalhes na página do projeto no site do Comitê do Rio das Velhas: CLIQUE AQUI.
Bons resultados e subsídios para a continuidade do projeto
O engenheiro Thiago Campos, Assessor Técnico da Agência Peixe Vivo que acompanha o projeto hidroambiental no Ribeirão da Mata, disse que o último produto entregue apresentou um diagnóstico bastante detalhado, contendo a feição ambiental das nascentes, o estado atual de qualidade e degradação, entre outros itens, o que vai possibilitar no futuro a elaboração de ações para revitalização exatamente onde se fizer necessário. Confira entrevista com Thiago Campos, da Agência Peixe Vivo, que fala sobre o projeto hidroambiental em andamento no Ribeirão da Mata:
Thiago Campos – Agência Peixe Vivo – Projeto Ribeirão da Mata by Agência Peixe Vivo
O vice-coordenador geral do Subcomitê do Ribeirão da Mata, Procópio de Castro, disse que, na sua visão, o projeto está no caminho certo. Ele destacou que a empresa não apenas cumpriu o termo de referência, mas atendeu ao Subcomitê nas suas necessidades e conhecimento da bacia. Procópio lembrou ainda que o produto entregue é um modelo que vai apontar os passos para as próximas ações do Subcomitê. “O grande avanço será acompanhar toda a área rural da bacia, fazendo o saneamento básico, protegendo as nascentes importantes, recompondo as matas ciliares, implementando os corredores ecológicos, vendo a agricultura ser praticada dentro da mentalidade da agroecologia” assegura.
“O trabalho realizado com a comunidade mostra que as pessoas precisam de qualidade de vida, assim como a fauna, as matas e a água” – argumenta Derza Nogueira, do Comitê do Rio das Velhas. Ela disse que acompanha o projeto desde a contratação e que tudo vem caminhando de acordo com o interesse do Comitê e do Subcomitê. “A empresa foi aberta ao diálogo e se adaptou às demandas”, enfatizou Derza, acrescentando que o projeto foi um ganho na região, porque as pessoas se sentiram valorizadas e viram que existe um comitê que busca preservar e conservar essas áreas.
Procópio de Castro acrescentou ainda que a participação dos órgãos gestores do setor público, seja Igam, Comitês de Bacia, Subcomitês e Agências de Bacia, é possível numa co-gestão integrada e sistêmica, pois a proposta é envolver todos os atores fornecendo bases técnicas e recursos para a recuperação e gestão da bacia.
O contexto da Bacia do Ribeirão da Mata
A bacia do Ribeirão da Mata, com grande extensão territorial, é composta por municípios com grande concentração urbana, como Ribeirão das Neves, Vespasiano e Santa Luzia, além de Lagoa Santa, Confins, Pedro Leopoldo, Matozinhos, Capim Branco, Esmeraldas e São José da Lapa, com significativa ocupação rural. Essas formas de ocupação geraram um intenso processo de degradação ambiental comprometendo a qualidade das águas da bacia.
Derza Nogueira disse que o crescimento do vetor norte, com a construção da cidade administrativa, ampliação do aeroporto internacional de Confins e o surgimento da especulação imobiliária na região, algumas até sem licenciamento, vem causando grande impacto. De acordo com ela as questões ambientais, como a preservação dos rios, áreas de nascentes e áreas de preservação permanente foram esquecidas e nem sempre os municípios ou o Estado conseguem acompanhar. “Para se ter uma ideia, Vespasiano e Pedro Leopoldo praticamente perderam suas áreas rurais. Mas o objetivo do projeto é garimpar onde existem essas áreas, valorizando quem as possui, mobilizando e conscientizando” – acredita Derza.