Entrevista Rúbia Mansur – gerente de Integração da Agência Peixe Vivo

22/09/2020 - 17:56

Rúbia Santos Barbosa Mansur é formada em ecologia pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH), possui MBA em Gestão de Projetos pela Universidade FUMEC e está cursando uma especialização em Gestão de Recursos Hídricos na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Atualmente, ocupa o cargo de gerente de Integração da Agência Peixe Vivo e atua na instituição desde 2010.

1) Quais são as principais atribuições da Gerência de Integração da Agência Peixe Vivo?

A Gerência de Integração é responsável pela interlocução com os Comitês de Bacia, nos quais atua como Entidade Delegatária ou Equiparada às funções de Agência de Bacia ou Agência de Água, visando ao planejamento, execução e acompanhamento das ações demandadas por estes CBHs, potencializando assim, seu desenvolvimento e fortalecimento institucional.

As demais atribuições são desdobramentos dessa competência basilar, como, apoio e articulação das funções de secretaria executiva dos Comitês; proposição, execução e monitoramento das agendas de atividades; planejamento, execução e acompanhamento de reuniões, eventos e demais atividades, sempre em articulação com os Comitês; gestão dos planos de comunicação e mobilização; gestão das logísticas de viagens e concessão de diárias e gestão de projetos diversos cujo objetivo principal é o fortalecimento institucional dos Comitês .

2) Como é conduzir a Gerência de Integração da Peixe Vivo?

É uma imensa satisfação fazer parte da gestão de Recursos Hídricos subsidiando os Comitês de bacia na promoção do debate descentralizado e participativo.

Estar hoje à frente da gestão de integração é, principalmente, fruto de reconhecimento do meu trabalho dentro da Agência Peixe Vivo. A experiência adquirida ao longo desses anos que exerci minha atividade como analista foi de extrema importância para desenvolver ações de aprimoramento no âmbito da gerência.

Vale ressaltar o importante papel que toda a equipe da gerência exerce no apoio da condução dos nossos processos. Atualmente, a equipe da Gerência de Integração está distribuída em Belo Horizonte/MG (sede) e nos municípios de Montes Claros/MG, Pará de Minas/MG, Bom Jesus da Lapa/BA, Petrolina/PE e Maceió/AL.

3) O grande desafio dos Comitês de Bacia é tomar decisões nas quais prevaleçam o consenso. Como a Agência Peixe Vivo tem colaborado para alcançar o consenso em colegiados com membros que representam diferentes segmentos?

Primeiramente é necessário definir que consenso é uma posição compartilhada, e não há consenso maior que o objetivo de um Comitê, em que diversos atores realizam a gestão dos recursos hídricos visando a melhoria da qualidade e quantidade de água das suas respectivas bacias, garantindo assim seu uso múltiplo. O comitê é plural, e sempre existirá, assim como em outros colegiados, divergência de opiniões e ideias. O importante é que suas decisões convirjam para seu objetivo comum/posição compartilhada, independente da forma na qual foi tomada a decisão, se por unanimidade ou votação.

A Agência Peixe Vivo não interfere na forma, nem no mérito das decisões dos Comitês. Nosso papel é sermos propositivos e subsidiá-los com informações técnicas e administrativas, além de prestar todo apoio operacional, técnico e logístico necessário para viabilizar as tomadas de decisões.

4) Com a pandemia, como ficou a operacionalização para a participação dos membros e sociedade em geral nas ações dos Comitês?

Logo quando se iniciou o isolamento social a Agência Peixe Vivo tomou as medidas necessárias para garantia da manutenção das atividades dos Comitês. Essas atividades se desenvolveram com um novo formato tendo em vista a necessidade de atendimento às orientações das autoridades de saúde.

A Agência já possuía uma ferramenta de videoconferência. No entanto, ampliamos seu uso devido ao aumento da demanda. Reuniões de diretorias, câmaras técnicas, grupos de trabalho, eventos e até plenárias tem sido realizadas no formato virtual, inclusive com transmissão ao vivo em alguns casos, como das plenárias, para garantir a participação pública.

Além disso, foi uma oportunidade de utilizarmos novas ferramentas e metodologias visando ampliar a divulgação das ações dos Comitês. Um exemplo foi a realização de um webinário, promovido pelo CBHSF com apoio da Agência Peixe Vivo e empresa de comunicação, que abordou o Sistema de Informações do São Francisco (projeto em desenvolvimento) que alcançou mais de 950 pessoas, número que não seria alcançado em evento presencial isolado.

Entendo que em alguns casos o encontro presencial é insubstituível, mas situações inesperadas e de dificuldade sempre são oportunidades de ampliarmos nossos horizontes e encontrarmos novas soluções, não sendo diferente para a gestão das águas.

5) Quais ações/projetos a Peixe Vivo desenvolve para o fortalecimento institucional?

São diversos projetos demandados pelos Comitês e executados pela Agência Peixe Vivo que visam o fortalecimento institucional. Destaco aqui o de comunicação que é o conjunto de processos e instrumentos de comunicação social voltados para otimizar as relações entre os públicos dos CBHs tendo como objetivos divulgar, propagar, formar, projetar e aprimorar ideias, projetos, produtos e serviços dos Comitês e dar apoio à constante mobilização social. Na prática, consiste na condução de relacionamentos sócio-comunicativos entre os Comitês e seus públicos, através da gestão de fluxos de informação entre formadores de opinião e geradores de atitudes.

Para este fim, as empresas prestadoras de serviços em comunicação desenvolvem diversas atividades que incluem serviços de criação e editoração de material, identidade institucional e aplicações, produção de vídeo, áudios, redação, edição, revisão, diagramação, dentre outros serviços relacionados que permitem a divulgação das atividades do comitê.

Além das ações de comunicação também cito os programas de Mobilização e Educação Ambiental, campanhas, além de apoios a eventos externos relacionados à temática de recursos hídricos.

 

Por: Luiza Baggio