Um dos maiores problemas ambientais e sociais do semiárido, a falta de esgotamento sanitário das cidades é o alvo de ofensiva do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco – CBHSF, que será lançada na reunião da entidade, quinta e sexta-feira (07 e 08/07), em Petrolina, Pernambuco. A plenária marca ainda as comemorações de dez anos de existência do comitê, criado para reunir representantes dos poderes públicos federal, estaduais e municipais, organizações da sociedade civil, usuários e comunidades tradicionais para ações conjuntas visando a revitalização do Rio São Francisco.
A partir de levantamento das condições do saneamento básico nos 540 municípios localizados na bacia, cada prefeito será procurado por representantes da entidade a fim de buscar uma solução para o problema, começando pela elaboração de projeto executivo. “Mesmo os municípios que não tiverem condições financeiras de elaborar esses projetos, terão nosso apoio para fazê-lo. Com o projeto em mãos, trabalharemos junto com o Ministério das Cidades para a liberação dos recursos, que existem e estão disponíveis, para a execução das obras”, explicou o presidente do Comitê, Geraldo José dos Santos.
A solenidade comemorativa do 10º aniversário do CBHSF acontece nessa quinta-feira (07) a partir das 8h30 no Auditório do Senai de Petrolina (Avenida Monsenhor Ângelo Sampaio, 267, Areia Branca). O evento contará com a participação do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, e do governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB),entre outras autoridades. Ainda pela manhã, acontece o lançamento do livro “10 anos CBHSF”, que reúne a história da mais importante entidade gestora de bacia hidrográfica do país. A programação prossegue na sexta-feira, com a 19ª plenária da entidade.
TRATAMENTO DE ESGOTOS NO SÃO FRANCISCO
Para o presidente do CBHSF, o engenheiro florestal Geraldo José dos Santos, “uma das linhas prioritárias do Comitê é garantir a qualidade da água em toda a bacia. E nossa preocupação não é tanto com a qualidade dessa água no leito do rio, que é boa se comparada com a que corre nos riachos que deságuam no grande rio, justamente por conta dos esgotos lançados ali. As populações ribeirinhas merecem uma água de qualidade”. Além dos esgotos, ele ainda aponta o problema causado pelo depósito de resíduos sólidos nos cursos d’água.
O Comitê acredita que no Ministério das Cidades é onde estão os recursos necessários para enfrentar a falta de saneamento básico e de tratamento dos resíduos sólidos das áreas urbanas espalhadas por toda a bacia. “Reconheço a dificuldade dos municípios em fazer o tratamento dos esgotos, mas sei também que, com projetos em mãos, os gestores desses municípios têm totais condições de obter recursos para resolver definitivamente esse grave problema ambiental e social”, finalizou Geraldo José.