Berenice Coutinho Malheiros dos Santos atua na gestão administrativa e financeira da Agência Peixe Vivo desde 2011. É formada em Ciência Biológicas com pós-graduação em Administração Pública na Fundação João Pinheiro.
Atuou como auditora fiscal na prefeitura de Belo Horizonte e diretora de administração e finanças no Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (IPSEMG) e na Secretaria de Transportes e Obras Públicas do Estado de Minas Gerais (SETOP).
Quais as suas atribuições na Agência Peixe Vivo como gerente de Administração Finanças?
É função da Gerência de Administração e Finanças executar as atividades administrativas, financeiras, contábeis, jurídicas e de gestão de pessoas da Agência Peixe Vivo.
Todos os pagamentos realizados pela Peixe Vivo passam pelo sistema financeiro e logicamente são aprovados pela diretoria-geral, o que traz transparência na nossa atuação.
Na sua opinião, o que avançou na gestão dos recursos hídricos após a criação da Agência Peixe Vivo?
A Peixe Vivo ajuda a tornar factível a gestão das bacias hidrográficas. Costumo dizer que precisamos ter a cabeça nas nuvens para sonhar e os pés no chão para executar. Comparando, é como se os Comitês de Bacias Hidrográficas fossem a cabeça idealizando um modelo de revitalização e preservação e a Agência Peixe Vivo representa os pés auxiliando na gestão e mostrando os projetos que são viáveis para execução. Um completa o outro!
Sinto que a Peixe Vivo vem ganhando cada vez mais a confiança dos Comitês na atuação, pois sabem que todas as nossas ações são feitas dentro da legalidade. Conquistamos essa confiança baseado em muito trabalho e projetos bem executados.
Como a Agência Peixe Vivo define a aplicação dos recursos da cobrança pelo uso da água nas bacias em que atua como agência delegatária?
As gerências de Integração e de Projetos propõem aos Comitês a aplicação dos recursos da cobrança pelo uso da água com base nas ações previstas nos Planos de Bacia.
A Gerência de Administração e Finanças efetua o pagamento das ações executadas, observando a legalidade da aplicação dos recursos. Colocamos em prática os investimentos por meio de processos licitatórios e análise jurídica.
Qual é o maior desafio da Gerência de Administração e Finanças?
Sem sombra de dúvidas o que mais nos preocupa é a falta de aprovação das prestações de contas por parte do IGAM [Instituto Mineiro de Gestão das Águas]. Em dez anos atuando como agência de bacia do CBH Rio das Velhas e executando os projetos financiados com os recursos da cobrança, apenas uma prestação de contas foi aprovada. É uma angústia para a Peixe Vivo e para os conselheiros dos Conselhos de Administração e Fiscal da Agência.
Sempre trabalhamos realizando os ajustes necessários para nos adequar, mas sem a aprovação das prestações de contas a nossa atuação é dificultada e gera muita insegurança jurídica.
Com a ANA [Agência Nacional de Águas] a situação é completamente diferente. Temos todas as prestações de contas aprovadas. Inclusive entregamos a de 2019 e estamos aguardando a aprovação.
O que precisa evoluir na gestão dos recursos hídricos no Brasil?
Vivemos um momento de valorização do meio ambiente. O que parecia um discurso vazio, vem ganhando corpo.
Precisamos parar de poluir os rios. Não podemos mais tratá-los como esgoto. Temos esperança de despoluir os cursos d’água e, para isso, não temos medido esforços. Investir na gestão dos recursos hídricos é o desafio presente e a esperança de um futuro melhor para as próximas gerações.
Eu fico lisonjeada de participar desse processo. Prezo pela transparência!
Algo a acrescentar?
A área administrativo-financeira atua de forma transversal, contribuindo para o desenvolvimento de todas as atividades da Agência, o que torna o trabalho compartilhado essencial.
Conto com uma equipe comprometida e parceira.Os funcionários são os pilares da minha gestão. A eles, meus sinceros agradecimentos.
*Entrevista: Luiza Baggio
*Foto: Bianca Aun