Flávia Mendes, coordenadora técnica da Agência Peixe Vivo e mestranda do programa ProfÁgua da ANA, contribui para uma maior precisão nos processos de entendimento das vazões outorgáveis em tempos de escassez hídrica.
O XXIII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos está levantando, em diversas frentes, as discussões sobre a gestão das águas no território brasileiro. Embora o país seja rico em termos de recursos naturais, a realidade atual exige repensar nossos parâmetros de consumo desses recursos.
O Simpósio tem aberto espaço para que especialistas técnicos de todas as áreas apresentem seus estudos relacionados à gestão hídrica. Entre eles, o trabalho da Flávia Mendes merece destaque.
“Adotar uma porcentagem maior ou menor da Q7,10 não diz tanto sobre um estado ser mais ou menos criterioso na definição das vazões outorgáveis. Essa análise precisa ser feita tendo em vista as condições climáticas e de disponibilidade hídrica de cada bacia, pois podemos ter resultados diferentes para cada realidade, como foi observado no trabalho. É importante avaliar se o local tem predominância de escassez ou de abundância hídrica para as definições dos critérios de outorga adotados. Esse tipo de estudo é muito útil, pois pode ser aplicado na bacia do rio São Francisco, por exemplo, que tem uma considerável área de clima semiárido, apresentando eventos severos de secas. As vazões outorgáveis em cada bacia hidrográfica não podem ser definidas de forma a considerar apenas os limites estaduais: é necessário considerar os limites climáticos e regionais de cada região”, conclui a Flávia em seu trabalho.
Veja mais fotos da apresentação:
*Texto e fotos: Leonardo Ramos