A Agência Peixe Vivo participou da inauguração da segunda etapa da Estação de Tratamento de Esgoto do Ribeirão do Onça, que  aconteceu no dia 27 de janeiro e reuniu diretores e funcionários da Copasa, políticos, representantes da sociedade civil ligados à área ambiental, além de um esquadrão de jornalistas.

A relevância do evento de inauguração da segunda etapa  da ETE Onça se explica pela importância da obra no contexto das políticas de preservação ambiental no Estado. O Ribeirão do Onça, até então, era o principal poluidor do Rio das Velhas, levando o esgoto de boa parte da população de Belo Horizonte e Contagem. O Velhas, por sua vez, é um dos principais rios do Estado e um dos maiores afluentes do São Francisco. E por isso o Onça sempre esteve em foco como epicentro dos problemas de poluição nestas bacias hidrográficas.

Somado a isso, a incorporacão da Meta 2010 pelo governo de Minas fez o tratamento do esgoto no Onça tornar-se cada vez mais indispensável. A Meta 2010 foi uma proposta da sociedade civil (apresentada pelo Projeto Manuelzão) que desafiava os gestores públicos e a população a tomarem medidas que permitissem que se pudesse navegar, nadar e pescar no Rio das Velhas na Região Metropolitana de Belo Horizonte até 2010.

Tratamento secundário: água com vida.

Com a segunda etapa da ETE Onça em funcionamento, o esgoto coletado passa por novas etapas de tratamento (o tratamento secundário) e é devolvido ao rio como água de qualidade suficiente para permitir a vida dos peixes. Em sua capacidade plena de funcionamento, o tratamento secundário na ETE Onça representará uma melhora significativa na qualidade das águas do Rio das Velhas, sobretudo na região metropolitana de Belo Horizonte. “Em poucos meses, as populações das cidades abaixo de Belo Horizonte, como Sabará, Santa Luzia e Jequitibá, já irão sentir a diferença”, afirma Rogério Sepúlveda, Presidente do Comitê de Bacias Hidrográficas do Rio das Velhas.

Novos desafios

Durante a solenidade, o governador Aécio Neves disse que a inauguração é uma conquista de todos e demonstra o equilíbrio possível entre as reivindicações da sociedade civil e as ações do poder público. Apolo Heringer, coordenador do Projeto Manuelzão, também comemorou a conquista mas lembrou que o compromisso com a preservação deve continuar e estar à frente de quaisquer outros interesses econômicos ou políticos.

A importância da continuidade das ações de preservação para o Rio das Velhas também foi ressaltada por Valter Vilela, representante da Copasa no Comitê do rio das Velhas. Segundo ele, para que a Meta 2010 seja efetivamente cumprida, ainda é fundamental que outros municípios também tratem seus esgotos, como no caso de Sabará, Nova Lima e Sete Lagoas. Para o presidente do Comitê do Velhas, Rogério Sepúlveda, a Ete Onça deve servir de exemplo para que outros municípios elaborem seus projetos de saneamento.

Assista aos depoimentos gravados durante a inauguração: